A Prefeitura de Salto concedeu alvará provisório de instalação, no dia 24 de maio último, para a empresa Diversões Moraes Parque e Eventos Ltda, de Hortolândia, instalar um parque de diversões na alça de acesso entre a Rodovia Hilário Ferrari e a Avenida Eugênio Coltro, apesar do agravamento da pandemia na cidade.
E, nesta terça-feira, curiosamente, recuou da decisão e não autorizou o funcionamento do mesmo, após a polêmica que o assunto gerou na cidade, nos meios de comunicação e também na Câmara.
O Consorcio de Imprensa de Salto apurou que o número de mortes por causa da Covid-19 aumentou de 260 no final de maio para 300 no dia 23 de junho. Os novos casos aumentaram quase mil no período, o que se tornou mais grave com a falta de leitos tanto no hospital municipal quanto na Unimed.
Embora o funcionamento de parques esteja previsto no Plano São Paulo com número menor de frequentadores (algo em torno de 40%), o governador João Dória (PSDB) deixou aos prefeitos o acirramento ou afrouxamento das medidas, de acordo com a realidade de cada cidade, tendo em vista os riscos.
Especialistas alertam para a possibilidade de ampliação da contaminação e provavelmente de mortes em razão da aglomeração a exemplo do que ocorre em parques, já que não existem fiscais em número suficiente para cobrar medidas de proteção contra a Covid-19.
O proprietário da empresa Diversões Moraes Parque e Eventos Ltda, José Edson de Almeida, afirmou ao Consórcio de Imprensa de Salto que a espera o alvará definitivo da Prefeitura e também o do Corpo de Bombeiros para os próximos dias, pois apresentou toda a documentação exigida pela Vigilância Sanitária.
O empresário disse que a Vigilância esteve em seu parque na manhã desta terça-feira (29) e fez alguns apontamentos. Ele planejava protocolar ainda nesta terça-feira os documentos e laudos pedidos pelo município depois da visita, acreditando que não terá problemas ou objeções ao seu funcionamento.
Repercussão – A instalação do parque tem gerado uma série de cobranças e questionamentos em Salto. A população cobra a Prefeitura por autorizar o parque e estimular a aglomeração de pessoas.
O tema também chegou à Câmara de Vereadores, com inúmeras cobranças feitas por vereadores.
Nesta semana o vereador Fábio Jorge, por exemplo, protocolou denúncia ao Ministério Público alegando a situação atual da pandemia, com a cidade tendo 100% dos leitos de UTI ocupados. O vereador afirma que “deve prevalecer a interdição da atividade dos parques de diversão, para impedir o custo em vidas dos habitantes”.
José Edson de Almeida afirmou que vai limitar o acesso aos brinquedos em 40%, controlar o acesso ao parque, medir temperatura e seguir as regras. “Apenas espero que não nos proíbam de funcionar. Temos outra unidade funcionando em Sorocaba e já estivemos em Cabreúva”, garante o empresário, que apresentou cópia do laudo de engenharia assinado por um profissional.
Prefeitura – A reportagem entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da Prefeitura e foi informada que “a liberação foi concedida apenas para a instalação e não para o funcionamento do parque, que só ocorrerá caso a fase em vigência do Plano SP permita tal atividade”.