A tarifa do transporte urbano em Salto sobe 10,52% à zero hora do dia 16, próxima segunda-feira, o que vai elevar o valor dos atuais R$ 3,80 para R$ 4,20, mas ainda assim a cidade continua com uma das tarifas mais baixas da região.
Em Itu, o valor que os cidadãos pagam pelo transporte é de R$ 5,00 e em Monte Mor é de R$ 4,55. Campinas cobra R$ 4,95, mesmo com o subsídio da Prefeitura. Só Indaiatuba tem valor menor (R$ 4,17), mas lá também há subsídio.
Apesar de continuar com uma das tarifas mais baixas da região, a Prefeitura de Salto não zerou o acumulado de perdas do setor. O transporte urbano na cidade não recebia reajuste desde 2018 e as perdas impunham uma tarifa hoje no valor de R$ 4,66.
Esse valor foi o calculado até o mês de abril deste ano, cinco meses depois do vencimento da data-base para o reajuste. A discussão sobre o reajuste vem desde lá. Como não foi feito o repasse integral da tarifa, a reposição ficará para a próxima data-base, em dezembro deste ano.
A operadora do transporte urbano em Salto ainda arca com a queda no volume de passageiros para menos da metade por conta da pandemia. Os prejuízos aumentam porque, por contrato, a empresa é obrigada a oferecer mais ônibus que a demanda por se tratar de um serviço considerado essencial.
Dificuldades
O prefeito Laerte Sonsin (PL) anunciou que pretende criar um grupo de trabalho em parceria com vereadores para estudar mudanças que possam otimizar os recursos e o uso do transporte para reduzir perdas.
As dificuldades criadas pela pandemia levaram funcionários da empresa a ameaçarem nesta semana uma greve, pela primeira vez na história, como forma de garantir benefícios, como o pagamento do tíquete alimentação.
Mesmo com o atraso no reajuste (sete meses depois da data-base) e com valor definido abaixo das perdas registradas, a empresa negociou com os trabalhadores e conseguiu evitar a paralisação e o prejuízo que isto causaria aos usuários.